Desespero!!! – O que é Hérnia, Hidrocele, Cisto de Cordão e Epidídimo (Inchaço Virilha e Testículo)?
Sumi um pouco nestes últimos dias. Estas duas semanas não foram nada fácies, na verdade, foram bem estressantes. Vou contar o meu drama que graças a Deus já estou mais tranqüila, embora quase escrevi um livro neste post. Preparem-se para ler.
Tenho que compartilhar isso com vocês, porque sei que hoje a internet é tudo e no meu momento de desespero não achei nada na internet, quer dizer só achava tragédia. Então é uma forma de ajudar as pessoas, certo?!
Há umas 2 semanas, surgiu um inchaço na virilha do Flavio que num primeiro momento nem percebi (o meu esposo que viu). Achei que tinha batido em algum lugar e não liguei muito, embora o pai estava super preocupado.
Vimos este inchado numa quinta-feira (19/05), achamos que ia sumir, mas nada aconteceu. Na segunda (23/05), ele tinha pediatra e como pensei que não era nada grave, ela podia diagnosticar neste dia.
A médica olhou e falou:
– Esta não é a minha especialidade, mas pelo que estou observando é hérnia.
Até aí tranqüilo, porque sei que hérnia é algo bem comum, principalmente nos meninos. Mas, aí ela olhou de novo e falou:
– Priscila, não é para procurar médico (Cirurgião Pediatra) esta semana. É amanhã!!!
Neste momento fiquei super nervosa, porque ela viu a gravidade e realmente o que era um pequeno inchaço, virou um mega inchaço. Vocês não tem idéia!
Estava enorme. O inchaço que estava na virilha (algo bem pequeno), foi descendo para o saquinho dele, ou seja, tomou toda a virilha e o saquinho.
No mesmo dia (20h – que foi a hora que sai da pediatra), comecei a ligar nos consultórios para marcar consulta, mas devido ao horário foi bem difícil e ainda teria que ser um encaixe. No dia seguinte, consegui marcar uma médica no meio da tarde, mas como estava de emprego novo não poderia me ausentar.
Neste momento que entra a modernidade de hoje em dia, ou seja, o pai iria sozinho com ele ao médico. Não pensem que sou negligente, porque não sou. Mas, se coloquem no meu lugar, não tinha nem 15 dias de empresa e já pedirei para faltar?! Então, o pai foi sozinho, mas o meu coração ficou super aflito. A médica olhou e falou que era cisto de cordão e que precisava fazer alguns exames, pois o caso era cirúrgico. O que não gostei é que no mundo de hoje, a médica ficou questionando a minha presença que parecia que eu era aquelas mães que nem ligam para os filhos, o que não é verdade.
Comecei a pesquisar a respeito de cisto de cordão na internet, o que nem devia ter feito, porque li coisas ridículas, por exemplo, a cirurgia só era indicada caso a pessoa já tivesse filhos, pois poderia afetar a fertilidade. Fiquei desesperada!!! Muuuuuiiiiittttttttoooooo desesperada!!! Não conseguia me concentrar, rezava e pedia para que tudo desse certo. Quanto mais você lê na internet, mais quer ler.
Fizemos os exames (ultrassom inguinal e testicular com Doppler colorido e exames de sangue) no final de semana, porque não tinha praticamente nenhuma data disponível para realizar o exame de ultrassom.
Todas as clínicas só tinham disponibilidade para o dia 15, isso porque eu liguei em umas 10 e cada vez mais desesperada, porque não sabia o que era direito. Finalmente, na última tentativa consegui marcar o ultrassom, mas era no meio da tarde de novo, então entra o papai de novo. Mais uma vez não estava presente, estava trabalhando e não parava de pensar no meu pequenino.
O médico do ultrassom informou que era um cisto de epidídimo e que o cisto já estava grande, ia da virilha até o saquinho dele. ENORME!!!
No decorrer de tudo isso, liguei para a médica que tinha atendido o Flavio, mas acho q não queria que ninguém ligasse pra ela, porque foi grossa comigo. Falou que não estava entendendo, porque estava nervosa. Foi aí que fiquei mais nervosa e resolvemos que esta não seria a médica ideal para operar o meu filhote.
Passamos o final de semana inteiro estressados, porque não sabíamos ao certo o que o Flavio tinha. Ninguém explicava direito, não achávamos nada na internet.
Como o Flavio já tinha ido a dois cirurgiões quando era bebê (só para verificar a fimose e uma hérnia no umbigo). Achei melhor procurá-los e na segunda (30/05), fomos lá. Fiquei com uma dor de cabeça o dia todo, aflita e com os olhos cheios de lágrima.
O médico nos recebeu super bem (desta vez eu fui, consegui agendar às 19h). Logo, o pai já foi falando tudo que tinha acontecido e já estávamos com todos os exames. O médico falou que não adiantava olhar os exames, porque o diagnóstico deve ser físico mesmo (depois olhou os exames, porque são necessários em caso de cirurgia);
Com o maior cuidado do mundo foi examiná-lo e diagnosticou: HIDROCELE! Nós não entendemos nada e cada médico fala uma coisa, embora com a maior paciência do mundo explicou tudo direitinho, e é isso que tentarei explicar pra vocês (não sou médica, ok?!).Como a cirurgia já aconteceu, clique
aqui para saber como foi o pré e pós operatório.
O que é? – Hidrocele / Cisto de Cordão / Epidídimo / Hérnia
Hidrocele é a presença de líquido em quantidades anormais dentro do escroto e envolvendo o testículo, ou seja, é como se fosse uma hérnia.
Hérnia é ocasionada quando a parede abdominal não é fechada (durante a gestação, normalmente até o 7º mês de gravidez), e com qualquer esforço, choro, etc, o líquido se manifesta bem próximo a virilha e já pode ser diagnosticado logo bebê.
Já a hidrocele é uma hérnia, ou seja, a parede abdominal está aberta, mas o líquido apresentou-se perto do escroto, ou seja, mais pra baixo.
Ele explicou que hidrocele, hérnia, cisto de cordão e epidídimo, é tudo a mesma coisa, ou seja, só muda a localização na qual o líquido foi formado.
Como surgiu? – Hidrocele / Cisto de Cordão / Epidídimo / Hérnia
É de nascença mesmo e o único tratamento é a cirurgia. Ficamos mais de 50 minutos no consultório e ele fez diversos desenhos pra explicar. A hidrocele pode ter se manifestado só agora, por causa (talvez) de mto esforço, gripe, inflamação, etc.
Um dado importante é que a manifestação da hidrocele foi do lado esquerdo, mas o médico falou que tem que operar os dois lados, pois o outro lado também está aberto (conforme exame físico) e pode ser que o líquido se manifeste também, ou seja, ele irá operar os dois lados da virilha.
Cirurgia e Pós Operatório – Hidrocele / Cisto de Cordão / Epidídimo / Hérnia
Marcamos a cirurgia para 18/06 (sábado). O melhor de tudo é que ele interna de manhã e sai a tarde/noite.
Ele tomará a anestesia geral e para aproveitar, vamos fazer a cirurgia de hérnia no umbigo (por isso, que o umbigo dele é aberto e todo mundo falava que era porque não tinha colocado moeda e faixa nele, coisas de antigamente) e fimose. Assim, já resolvemos tudo de uma só vez. Mesmo assim, sairá do hospital andando, talvez o que incomode um pouco será a fimose, pois a sensibilidade aumentará, mas nada de dor. Tadinho, mas é melhor já resolver tudo. Fará um corte de cada lado da virilha, no umbigo e a fimose.
O pós operatório é tranqüilo e os pontos serão de plástica (não precisa tirar), igual as cesáreas de hoje. ?Colocará uma fita (curativo) e não precisará trocar, tomará banho normal e depois de 4 dias volta ao médico e para tirar o curativo. Somente a fimose, pelo que entendi, os pontos cairão sozinhos. O único cuidado e não deixar ele brincar de cavalinho, por exemplo. Entretanto, pode ir à escola normalmente.
Ele comentou que muitas escolas não aceitam a criança com curativos, mesmo que o médico autorize. Entretanto, a escola do Flavio é realmente perfeita, já conversei lá e como lá tem enfermeira não tem problema nenhum (só levar a autorização do médico e informar todos os procedimentos).
Estou bem mais tranquila.
Abaixo, coloquei um textinho que peguei na internet (não lembro onde, tá?!), mas é exatamente o que o médico me explicou:
“HIDROCELE
O que é?
Hidrocele é a presença de líquido em quantidades anormais dentro do escroto e envolvendo o testículo. Pode ser unilateral ou bilateral. As hidroceles podem ser congênitas ou adquiridas.
Como se desenvolve?
No feto, os testículos se situam no abdômen numa região chamada de retroperitônio.
À medida que o feto cresce, os testículos migram para baixo em direção ao saco escrotal.
Ao entrar no escroto, carregam camadas do peritônio (camada que reveste o abdômen), como se fosse um dedo de luva. Essa camada contém líquido (1 a 3 ml) que serve para lubrificar o testículo deixando-o móvel dentro do escroto.
O trajeto percorrido pelo testículo desde o retroperitônio até o escroto fecha-se com o tempo. Caso isso não ocorra forma-se um acúmulo maior de líquido em torno do testículo proveniente da cavidade abdominal. Assim são formadas as hidroceles nos pacientes pediátricos, variando de volume conforme o esforço ou posição do paciente.
Por esse canal de comunicação persistente entre abdômen e escroto podem também passar vísceras (intestino), formando-se, nesse caso, uma hérnia.
Já no adulto, as hidroceles são produto do desequilíbrio existente entre a formação e a absorção do líquido naturalmente existente ao redor do testículo. Isso pode ocorrer secundário a processos inflamatórios (epididimite, orquite, tumores) ou traumatismos. Cerca de 5 a 10% dos tumores de testículo apresentam-se acompanhados de hidrocele.
Como se faz o diagnóstico?
Nota-se um aumento não doloroso (mas muitas vezes desconfortável) do escroto uni ou bilateralmente. O aumento varia de dimensões (hidrocele comunicante).
Ao exame físico, percebe-se o aumento do volume do escroto impedindo a individualização do testículo. Com o auxílio de uma lanterna e em ambiente escuro, nota-se que o conteúdo do escroto transilumina, logo se trata de um conteúdo líquido e não sólido.
Caso haja dúvidas diagnósticas, uma ecografia escrotal pode ser solicitada.
Com isso teremos detalhes do testículo e visão dos demais componentes do saco escrotal.
Como se trata?
Nos recém-nascidos, pode-se adotar a conduta expectante. Muitas hidroceles nessa idade resolvem espontaneamente em 12 meses (fechamento espontâneo da comunicação).
Caso não resolva, ou se há progressão do volume ou presença de hérnia associada, o tratamento é cirúrgico. Geralmente a abordagem cirúrgica é na região inguinal.
No adulto a abordagem cirúrgica é pelo saco escrotal e várias técnicas existem para sua correção. Outra alternativa é a escleroterapia, na qual o conteúdo líquido da hidrocele é retirado e no seu lugar é colocado um líquido esclerosante visando causar o fechamento do espaço em torno do testículo por fibrose.”
Como a cirurgia já aconteceu, clique aqui para saber como foi o pré e pós operatório.